A minha mãe...

... é um ser excepcional.

Ninguém tem a capacidade que ela tem de tão bem me compreender nem de tão bem não me compreender.

A ideia que tem de que sou capaz, forte, decidida, responsável, bem resolvida, feliz, frontal e tudo o mais, incapacita-a de ver as minhas fraquezas, necessidades e carências, que por vezes fazem tremer todas essas certezas da minha vida.

Fixa-se constantemente nos meus defeitos para que assim possa esquecer o que a faz infeliz com o resto do mundo.

Isso deixa-me triste.

Fá-lo inconscientemente. Por pensar que é natural e que por sermos grandes amigas, eu suportarei como ela faz com o resto dos problemas do mundo.

De quando em vez quebro também. Preciso que seja apenas a minha mãe.
Enfim, às vezes gostava de ser apenas a filha.

Acabou por ser um grande dia. Um dia de família. Bom na sua essência. Mas sem vocês.
Os dois estão sem estar. Um porque não deu para vir, o outro porque nunca mais virá.
Sinto a vossa falta. Na mesma medida.

Parabéns mãe.