Quando tinha cerca de 11 anos...

... a minha mãe lá foi comigo ao dentista para eu pôr aparelho. Contrariadíssima cedi, ou melhor tive que pôr porque não tive outro remédio... a minha querida mãezinha sempre foi muito persuasiva! Coloquei um daqueles finos, segundo o dentista era suficiente mas para a minha mãe ficaram sérias dúvidas. Não tendo eu uns dentes assustadores de quem come pedras da calçada ao acordar a minha mãe acentiu (até porque para o orçamento familiar um daqueles era bem mais saudável, acredito!)...

Mais de 20 anos passaram e ontem fui eu que mediante longas meditações, decidi pôr um aparelho dentário, daqueles que me aterrorizaram na minha infância! Pior só se tivessse o apoio exterior de cabeça...

Enfim, hoje até já os considero giros com todos os seus elásticos (se bem que para me habituar preferi colocar de início os cinzas...), assim como os óculos mas que são incómodos isso ninguém contesta.

Espero que desta seja de vez, já que vou dar mais pelo menos 2 anos do meu tempo dentário que a coisa fique como deve de ser! A primeira vez ficou tudo bem bonito e quando fomos a ver, com o tempo a passar eles voltaram a entortar...

Contudo não posso esquecer a reacção da pequena quando me viu... não sabia se havia de rir ou fugir! De início deve ter pensado que a mãe trazia mais um brinquedo, como na semana anterior que trouxe uma cabeleira loira e até achou piada, disse que a "Bieala não tem, vês?", mas depois ao aperceber-se que a coisa não saia depois de me dizer para tirar pediu insistentemente que fechasse a boca, o que se tornou impossível dado o meu riso fácil!

Choque passado e uma certa repugnância sentida, já me beija e até quer dar beijinhos no dói-dói para passar mais rápido (antes funcionasse assim!)...

Por agora cá estou, cheia de mau-estar pelo incómodo que isto dá... já nem me lembrava da dormência que uma pessoa fica. No outro aparelho, como era removivel, de início fazia uma certa batota de modo a aliviar tensões mas este não dá hipóteses... é esperar e salivar por comidas e tudo o mais que me apeteça mas que não posso saborear...